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Paulistana de 11 anos dubla a Cruella na infância

A malvada do  101 Dálmatas ganhou um filme só seu. A Cruella continua atrás dos pobres cãezinhos brancos com pintas pretas para transformar em casaco. Sua história estreou na última semana nos cinemas e plataformas de streaming brasileiros. E, como todo bom e divertido vilão, é na infância que as traquinagens começam.  Mas, não é sobre o filme que vamos falar, e sim da paulistana Julia Sette, de 11 anos, a dona da voz da nossa vilã quando criança.

“Fiquei muito feliz”, disse Julia ao ouvir sua voz no filme na sexta-feira passada, dia da estreia. Mas, quem pensa que dublagem é trabalho de crianças, está enganado.  É uma atividade profissional, regulamentada e que exige horas de treinamento e dedicação. É um trabalho de gente grande.

E é assim que Julia se comporta na hora de trabalhar, como profissional. Aos 11 anos, a mais nova dubladora de um filme da Disney fez o curso e já coloca sua voz em filmes e séries há dois anos.  Com a pandemia, o trabalho passou a ser feito de casa, obrigando a nossa Cruella a buscar formas e locais onde fosse possível chegar ao som mais próximo do registrado em estúdio. “Tentamos até debaixo da mesa, com forros de panos e papelão, para tentar tirar o barulho da rua”, disse sua mãe, Juliana Trevisoli.

Entretanto, como profissional, precisou retornar aos estúdios para gravar a voz da Cruella.  Com horário agendado e cumprindo todas as regras sanitárias, ela voltou aos estúdios para gravar o filme da Disney. A Para as demais personagens, ela mantem o trabalho remoto.  Além da Cruella, ela é a dona da voz da personagem Flora da série  A Maldição da Mansão Bly, da Netflix. Sua mãe faz questão de destacar que Julia estuda e faz o trabalho de dublagem apenas nas horas em que não está em aula presencial  e nem na online.

Dublar não é apenas ler um texto. É interpretar, é ser um pouco a personagem da história. Julia recebe os textos já traduzidos, adaptados para a língua portuguesa, mas é ela quem dá a vida, a alma à versão brasileira.   “Não é uma tradução literal, tem que adequar ao movimento da boca do ator sem sair do contexto”, reforça Julia.

Até alguns anos atrás, era possível que um adulto dublasse uma voz infantil. Mas, para manter a qualidade, as crianças são escaladas para o trabalho.

Fotos: Arquivo pessoal e divulgação

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