Bem Estar

Aos 36 anos de sala de aula professor segue se reinventando

O que é ser professor? É uma profissão ou um estilo de vida? É ensinar ou aprender? É tarefa ou amor? Ser professor é um pouco de tudo isso. Ensinar não é apenas transmitir conteúdo, é saber como passar as informações, entender os diferenciais e necessidades de cada aluno, enfim, é ser um pouco psicólogo.

Professor é aquele que passa a maior parte do tempo com o filho de alguém. É quem descobre um problema de visão, agressões, questões psicológicas e, lógico, dificuldades ou facilidades no aprendizado. O professor, mais do que um profissional que ensina, é um parceiro das famílias.

Hoje, 15 de outubro, é Dia do Professor. E o que faz uma pessoa querer ser professor? Salários não compatíveis com a função, principalmente nas redes públicas, muito trabalho tanto na sala de aula como em casa, poucos momentos de folga e com a família são alguns dos entraves da profissão.

Mas, parece que isso não impede que professores se superem a cada dia para ensinar.  Um deles, Marcos Lipas, professor de História do Colégio Singular é um deles. Desde 1986 nas salas de aula, já passou pela rede pública, redes privadas, ensino técnico e cursinhos. E mesmo estando há 36 anos transformando vidas, ele ainda tem pique e vontade de inovar para acompanhar a mudança de tecnologia e o estilo de ensinar.

A pandemia, disse Lipas, foi um dos momentos mais difíceis. Não só para ele como para os alunos. Mas, o lamento pela situação não teve espaço  e, em parceria com outros educadores e com a coordenação do Singular, transformou as aulas em verdadeiros jogos e viagens, isso tudo estando cada um em sua casa na frente de telas.

“Transformei experiências de viagens que fiz em aulas. Levei os alunos em um passeio pela Amazônia. Fizemos um jogo que era como uma  aventura. Os alunos criaram grupos no whatsapp que eram as cabines do navio. E pela viagem eles precisavam resolver problemas e descobrir os mistérios da região”, disse o professor.  Outra viagem foi para países da Europa em um trem, bem ao estilo suspense Agatha Christie.

Voltar ao ensino presencial foi difícil.  Os alunos passaram a ter dificuldades de concentração e também no aprendizado. Situação normal para jovens e crianças que passaram quase dois anos na frente de telas. “Já me reinventei várias vezes”, disse Lipas.

Além das viagens nas aulas remotas, as presenciais também precisaram ser adaptadas para o novo modelo após a pandemia. “O que muita gente não sabe é que a música acompanha as mudanças políticas e econômicas de cada época. O Blues, por exemplo, que significa tristeza, era um estilo musical usado para marcar o ritmo de trabalho dos escravos americanos. Antes, a música clássica dominava, sobretudo na Europa, que era a principal região do mundo”, explicou o professor.

 

A música segue acompanhando as situações. A chegada do rock também coloca o jovem como fator de mudança nas sociedades, que era baseada basicamente nas crianças e adultos. O rock coincide com os movimentos estudantis. E por assim vai a aula de Lipas, um violão na mão e a História nas músicas.  Os alunos, claro, conseguem se concentrar e aprender. Mas ele diz que a lousa ainda é responsável por 70% do ensino.

Lipas se emociona ao falar sobre a diferença entre as escolas públicas e as privadas. “Gostaria que todos tivessem a mesma qualidade, fossem iguais. Ser professor hoje é lutar contra a corrente em um país que não valoriza a cultura e a educação.”

A emoção do professor de História do Singular deve ser a mesma de todos eles que estão todos os dias nas salas de aula buscando a melhor forma de ensinar, colocando o ensino acima até da vida privada. Para todos vocês,  Feliz Dia do Professor!

 

Fotos: Arquivo Pessoal

 

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