Anvisa libera uso da CoronaVac para crianças de 6 a 17 anos. Dória divulga calendário para o Estado de SP

Em reunião realizada nesta quinta-feira, 20 de janeira, a Diretoria Colegiada da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, por unanimidade, o uso pediátrico da Coronavac. A autorização de uso emergencial para a inclusão de nova faixa etária em bula foi concedida especificamente para o público compreendido entre 6 e 17 anos, crianças e adolescentes não imunocomprometidos, baseada em estudos realizados em diversos países, como China e Chile, e apresentados pelo Instituto Butantã no processo.

Para esse público a dose aprovada do imunizante, produzido a partir de vírus inativado, é a mesma usada para adultos (600 SU em 0,5 ml), com um intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda aplicação.

No decorrer do processo foram avaliados estudos clínicos de fase I e II, dados preliminares dos estudos de eficácia, segurança e imunogenicidade (fase III) realizados com 14 mil crianças em cinco diferentes países, e de estudos de efetividade (fase IV) realizados com milhões de crianças no Chile. As evidências científicas disponíveis até o momento sugerem que há benefícios e segurança para a utilização da vacina na população pediátrica. A autorização levou em conta, também, a necessidade de ampliar as alternativas disponíveis para essa faixa etária. Esclarece-se, no entanto, que a decisão sobre a incorporação no Programa Nacional de Imunizações (PNI) cabe ao Ministério da Saúde.

No Brasil, até o momento, a análise de causalidade acerca de reações adversas demonstra que a vacina CoronaVac não está relacionada a nenhum óbito dentre os públicos para os quais estava disponível até então e os eventos adversos graves são considerados raros ou raríssimos. Já no cenário internacional, nos países em que a CoronaVac já vem sendo aplicada para o público de 2 a 17 anos, os dados demonstram que 86% dos eventos adversos registrados nesta faixa etária são do tipo não graves. Ainda assim, a aprovação para o público de 6 a 17 anos no Brasil foi condicionada ao monitoramento constante e comunicação dos eventos adversos que venham a ser registrados e à manutenção de um plano de gerenciamento para minimizar riscos, que contemple a execução de estudos de segurança pós-autorização.

A aprovação foi decidida pela Diretoria Colegiada com base em subsídios técnicos apresentados pelas áreas da Agência: Gerência-Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos (GGMED) e Gerência de Farmacovigilância (GFARM). Durante o processo de análise também foram ouvidas sociedades médicas ligadas ao tema, como a Sociedade Brasileira de Pediatria, a Sociedade Brasileira de Imunizações e a Sociedade Brasileira de Infectologia. Essas entidades apoiam a autorização de ampliação do uso da CoronaVac para o público de 6 a 17 anos.

Ainda, foram realizadas reuniões técnicas com o laboratório Sinovac (China), com representantes do Ministério da Saúde do Chile e com pesquisadores responsáveis pela condução dos estudos de efetividade (fase IV) naquele país.

Assista ao vídeo da reunião

 

São Paulo

O Governador João Doria confirmou nesta quinta-feira o prazo de três semanas para aplicação da dose inicial contra a covid-19 em todas as 4,3 milhões de crianças de São Paulo. Com aval da Anvisa, haverá uso imediato de 8 milhões de doses da Coronavac nos 645 municípios paulistas. Outras 7 milhões de vacinas serão oferecidas a Estados e Prefeituras que tiverem interesse no imunizante do Instituto Butantan.

 

  • De 20/01 a 30/01 – Crianças de 9 a 11 anos sem comorbidades.
  • De 31/01 a 10/02 – Crianças de 5 a 8 anos sem comorbidades.
  • Desde 14/01 – Crianças de 5 a 11 anos com comorbidades, indígenas ou quilombolas.
“É mais um momento histórico em defesa da ciência e da vida este início da vacinação com a Coronavac, a vacina do Butantan, de crianças de seis a 11 anos”, afirmou Doria. “Quero cumprimentar e agradecer à Anvisa pela postura em defesa da vida, da existência e do direito dos brasileiros de optarem pela vacina para sua proteção e de seus filhos”, acrescentou.
As primeiras aplicações infantis com a Coronavac começaram às 14h38 desta quinta, na vacinação de Caetano de Jesus Martins Moreira, de 9 anos, e Camila Pastore, de 10, na escola estadual Brigadeiro Faria Lima, na zona oeste da capital. Ao todo, cem crianças serão vacinadas nesta unidade nesta quinta.
Mais cedo, a Anvisa aprovou o uso do imunizante por crianças de seis a 11 anos em todo o Brasil, atendendo a pedido do Governo do Estado e do Butantan. A exceção é para as crianças imunossuprimidas, que devem tomar o imunizante da Pfizer.
No momento, há 274 unidades de ensino autorizadas pela Secretaria de Estado da Educação e 11 Prefeituras da Grande São Paulo e interior para apoio à campanha de vacinação nos 5,2 mil postos das 645 cidades paulistas. As escolas selecionadas são de fácil acesso e também possuem espaços adequados para receber crianças com comorbidades ou deficiências.
Também nesta quinta, Doria apresentou o calendário detalhado de vacinação infantil contra a Covid-19. Até o dia 10 de fevereiro, 850 mil crianças com comorbidades e deficiências, além de indígenas e quilombolas de 5 a 11 anos podem tomar a primeira dose.
Paralelamente, as prefeituras também poderão imunizar outras 3,4 milhões de crianças por faixa etária. De 20 a 30 de janeiro será a vez das com idade entre 9 a 11 anos. Entre 31 de janeiro e 10 de fevereiro, a campanha vai priorizar aquelas de 5 a 8 anos. É importante salientar que as crianças de 5 anos só podem receber o imunizante da Pfizer, enquanto as demais poderão ser protegidas pela Coronavac.
O Governo de São Paulo estima que todas as crianças paulistas recebam a primeira dose até a primeira quinzena de fevereiro. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a capacidade diária de vacinação pode superar 250 mil atendimentos com adesão maciça da população e disponibilidade de doses.
O cronograma completo da vacinação infantil está disponível no site www.vacinaja.sp.gov.br. A página também oferece serviço de pré-cadastro para que pais e responsáveis agilizem o atendimento das crianças em todo o estado.
Fornecimento de doses
São Paulo foi o primeiro estado do Brasil a iniciar a vacinação infantil contra o coronavírus, no último dia 14, horas após receber doses pediátricas do imunizante da Pfizer via Ministério da Saúde. Até então, a vacina era a única liberada pela Anvisa.

O Governo do Estado já informou o Ministério da Saúde que o Instituto Butantan pode firmar um novo contrato de fornecimento de doses ao PNI (Plano Nacional de Imunizações). Em 2021, 100 milhões de doses da Coronavac abasteceram o país desde o dia 17 de janeiro, quando São Paulo iniciou a vacinação em todo o Brasil.

 

Histórico

O uso emergencial da vacina CoronaVac no Brasil, para pessoas com 18 anos de idade ou mais, foi autorizado em 17 de janeiro de 2021.

Em julho do mesmo ano o Instituto Butantã apresentou o primeiro pedido de indicação do imunizante para a faixa etária dos 3 aos 17 anos. Naquele momento, após avaliação, o pedido foi negado devido à limitação de dados dos estudos apresentados à época.

Em 15 de dezembro de 2021 o Instituto Butantã reapresentou o pedido, baseado em novos dados coletados no estudo clínico conduzido com crianças no Chile.

A autorização de uso emergencial concedida nesta quinta-feira (20/01) é válida apenas para a faixa etária dos 6 aos 17 anos. A avaliação sobre o uso em crianças menores de 6 anos poderá ocorrer futuramente, ficando, porém, condicionada à apresentação de dados adicionais.

 

Foto: Divulgação Governo do Estado de S.Paulo

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