Economia

Inteligência Artificial: parceira ou concorrente?

Há pouco mais de 20 anos, a indústria passou por uma transformação que impactou no modo de produção e nos postos de trabalho. A robotização das fábricas tirou milhares de vagas e aumentou a capacidade produtiva. A chamada Indústria 4.0 mudou a maneira de se produzir em todos os segmentos. Agora, esta mudança chega às escolas, universidades, redações de jornais, agências de marketing e até escritórios de advocacia. A Inteligência Artificial (IA) pode ser a responsável por mais uma mudança no mercado de trabalho.

O impacto da IA em vários segmentos já é sentido. Muitas vagas já foram perdidas, mas outras podem surgir. Esta é a visão do professor e coordenador do Laboratório de Inovação da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo (FDSBC), Ruy Coppola Junior. Para ele, sozinha ela não tem o poder de gerar mais uma mudança nas relações de trabalho, ela precisa ser abastecida pelo fator humano.

 

“É uma ferramenta incrível, que pode agregar e gerar as informações de toda a internet já entregar de modo organizado. Mas, precisa ser utilizada apenas como uma ferramenta e não como verdade absoluta.” A IA precisa ser receber conteúdo e direcionar o material para o devido uso, tem de ter o repertório que o profissional precisa, e não é tão simples.

“O conteúdo produzido precisa ser checado e conferido. Já houve casos nos Estados Unidos em que o advogado apresentou na petição casos que não existiam. O juiz descobriu e multou o  profissional”, destacou o professor. Nem tudo o que é “dito” pela inteligência artificial pode ser considerado correto. “Há o que chamamos de delírio da IA. Quando ela não sabe a resposta, inventa. Nós fazemos isso. E já mostrei isso em aula, que nem sempre ela está correta.”

Para evitar que um simples programa, aplicativo ou computador ocupe o lugar de um profissional é preciso qualificação. “Advogados e todos os profissionais que possam se sentir ameaçados pela IA precisam se adequar, estudar e se deixar de fazer apenas as funções repetitivas”, ressaltou.

Para Coppola Júnior, a advocacia passa por mudanças e não apenas as causadas pela Inteligência Artificial.  A evolução da sociedade mudou até as principais áreas de atuação dos advogados. Hoje, disse o professor, há procura do profissional na área de engenharia, compliance,  área de privacidade e proteção de dados e legaldesign e outras que também chegaram para modernizar o Direito.

A Inteligência Artificial chegou e vai ficar. Mas sozinha ela não tem poder de mudar nada. Ela pode facilitar processos e contribuir para a melhoria em vários segmentos, para reduzir trabalho e acelerar respostas. E o profissional precisa estar preparado para aceitar e atuar em conjunto, em parceria. A melhor maneira é buscando conhecimento e qualificação.

 

Foto: Reprodução EBC

 

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