Bem Estar

Cuidando de quem cuida: o olhar atento para o emocional dos professores

Uma das profissões mais complexas e importantes sempre foi a de professor. É ele que passa a maior parte do tempo com crianças e jovens. É ele o primeiro a detectar problemas psicológicos ou até físicos dos alunos. E agora, na pandemia, como fica a saúde emocional desse profissional?  Qual é a melhor pedagogia neste momento? Como trabalhar à distância com o leque de individualidades dos alunos que apresentam diferentes graus de aprendizagem? O que fazer para não desmotivar os estudantes? Essas e tantas outras dúvidas têm impactado diretamente a saúde mental dos professores que precisam enfrentar o novo ambiente de trabalho forçado pela pandemia.

A crise sanitária exige novas formas de viver e trabalhar, e de um dia para o outro as escolas foram obrigadas a se adaptar e modificar suas rotinas. Não é novidade que essa mudança brusca refletiu diretamente na saúde dos responsáveis pela formação social da população, e muitas instituições não sabem lidar com o esgotamento mental de seus profissionais.

Algumas escolas estão apostando em conversas virtuais e organizando palestras com especialistas para auxiliarem na hora de desdobrar determinados temas. É o caso da Rede Adventista de Educação que iniciou o projeto Cuidando de Quem Cuida, direcionado ao corpo docente com foco nas consequências emocionais causadas pela pandemia. “Nossa proposta é realizar até o mês de junho cinco encontros virtuais com palestras sobre temas que giram em torno da psicologia, nutrição, educação física, direito e ciências contábeis, assuntos que se conectam quando pensamos nos problemas dos dias atuais”, explica Marizane Piergentile, diretora de educação da Rede Adventista do ABCDM e Baixada Santista.

A demanda de trabalho e os planejamentos para as aulas a distância ocupa praticamente todo o tempo do educador, o que torna muitas vezes impossível cuidar de seus interesses, rotina e saúde. “O processo de reinvenção é de longo prazo e a pandemia infelizmente continua progredindo. Os educadores estão encarando inúmeros desafios, e o papel da escola é estar presente mostrando que eles não estão sozinhos na hora de enfrentar este cenário”, ressalta Marizane.

O investimento em apoio psicológico é fundamental para prosseguir com os serviços diários, além de preparar os professores para as necessidades que irão surgir no período de retomada total das práticas escolares no país. Incentivar a empatia e o cuidado entre os funcionários é o caminho para construir um mundo melhor pós-covid.

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