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Cidades do ABC não atingem meta de isolamento e podem ter medidas de restrição ampliadas

O governador de São Paulo, João Doria, vai anunciar amanhã, dia 08 de maio, as novas medidas para conter a expansão da covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus) no Estado.  Havia a expectativa de que ele daria inicio a uma abertura gradual da economia, com a liberação de parte do comércio e serviços.  Mas, a medida tomada poderá ser de um endurecimento nas medidas de isolamento social.

O coordenador do Centro de Contingência do coronavírus, David Uip tem dito há várias semanas que o índice ideal para que haja um controle da transmissão da doença dever ficar entre 50% e 60%. Com essa taxa, o sistema de saúde do Estado conseguirá atender a todos, sem entrar em colapso. Com o índice inferior a 50%, entretanto, a saúde deve colapsar até fim de maio, deixando muitas pessoas sem acesso a um leito de UTI, tanto na rede pública como na privada.

Hoje, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, anunciou um rodízio altamente restritivo na capital paulista a partir de segunda-feira, dia 11 de maio, onde a circulação será dividida entre placas pares e ímpares, em toda a cidade durante 24 horas. Aos sábados e domingos inclusive. A medida visa evitar que o lockdown seja adotado na cidade.

Não há um tratamento para a doença e nem uma vacina. Hoje, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a única alternativa para evitar a expansão da epidemia, um colapso das redes hospitalares e assim reduzir as mortes, é o isolamento social. Quanto antes for mais efetivo, mais rápido será a retomada econômica.

No ABC, algumas cidades já discutem com o Ministério Público e os setores empresariais a abertura econômica de uma forma organizada e responsável. Mas, a autorização final dever ser do governo do Estado. Um dos índices que será considerado é o de isolamento social acima de 50%, taxa que não vem sendo atingida há vários dias.

O Sistema de Monitoramento Inteligente (SIMI-SP) do Governo de São Paulo mostra que o percentual de isolamento social no Estado foi de 47% nesta quarta, dia 06 de maio.

A central de inteligência analisa os dados de telefonia móvel para indicar tendências de deslocamento e apontar a eficácia das medidas de isolamento social. Com isso, é possível apontar em quais regiões a adesão à quarentena é maior e em quais as campanhas de conscientização precisam ser intensificadas, inclusive com apoio das prefeituras.

No momento, há acesso a dados referentes a 104 cidades maiores de 70 mil habitantes, que podem ser consultados e estão também disponibilizados em gráficos no site http://www.saopaulo.sp.gov.br/coronavirus/isolamento. O sistema é atualizado diariamente para incluir informações de municípios.

No ABC, os índices foram os seguintes:

Diadema: 50%

Mauá: 47%

Santo André: 48%

São Bernardo: 47%

São Caetano: 47%

Ribeirão Pires: 55%

No Estado de São Paulo, segundo a Secretaria Estadual da Saúde,  já foram registradas 3.206 mortes até hoje, dia 07 de maio. Há também mais de 9,6 mil pacientes internados em hospitais de SP, sendo 3.767 em UTI e 5.919 em enfermaria. A taxa de ocupação dos leitos de UTI reservados para atendimento a covid-19 é de 66,9% no Estado de São Paulo e 89,6% na Grande São Paulo.

No Brasil, foram registrados hoje 610 óbitos, elevando o total a 9.146. Casos confirmados, segundo o Ministério da Saúde, são 135.106.

Foto: Divulgação Governo do Estado de SP

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