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Chuva em São Paulo deixa 100 mil pessoas a mais sem energia do que atingidos por furacão na Flórida

Nesta semana, o furacão Milton que atingiu a Flórida, Estados Unidos, na categoria 3, com ventos de até 200 km/h, ocupou grande parte do noticiário e das redes sociais. Moradores das regiões que seriam atingidas postaram como proceder, as compras de alimentos e água e até como passar alguns dias sem energia elétrica e água, coisas normais em uma situação com esta.

Enquanto isso, no Brasil tudo parecia correr dentro da normalidade, mas com aviso de que chuvas fortes atingiram grande parte do país, sendo que o Sudeste seria uma das regiões mais afetadas. Como em um flashback, os moradores da Região Metropolitana de São Paulo novamente se viram em um cenário de 11 meses atrás, com uma rajada de vento e sem energia.

Na Flórida, 1 milhão e 350 mil pessoas ficaram sem energia elétrica após ventos de até 200 km/h passarem acompanhados de chuvas torrenciais por horas. Em São Paulo, uma chuva prevista que durou cerca de meia hora e teve pico de ventos de até 107 km/h, deixou 1 milhão e 450 mil pessoas no escuro, segundo informações da Enel, 100 mil a mais do que as afetadas por um furacão categoria 3 é considerado um dos mais perigosos que já passou pela região. Enquanto os americanos se prepararam, os brasileiros foram pegos de surpresa e mais uma vez nas mãos da Enel, que sequer deu uma previsão confiável de quando a energia voltaria.

Assim como em novembro de 2023, o governo estadual comandado por Tarcísio de Freitas, o carioca, criou um gabinete de crise e diz que vai cobrar a Aneel, agência reguladora do setor, sobre a falta de qualidade da Enel.

Ora, isso já não foi feito em 2023? Houve até uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que normalmente não serve de nada, a não ser vitrine de alguns parlamentares.

Mas, na prática, não muda em nada, nem para evitar que a Sabesp fosse privatizada, a um valor bem abaixo do mercado, e que logo estará na lista dos serviços de péssima qualidade prestados ao paulistano.

 

Sem chilique

 

Neste ano, como os votos não estavam mais em jogo em São  Bernardo, o prefeito Orlando Morando sequer fez suas tradicionais lives dados xilique com os serviços da Enel. De certo em sua casa não faltou desta vez. Ele optou em fazer campanha no sábado pela manhã  para o aliado do segundo turno. Quem sabe se conseguir eleger aquele que foi chamado de cassado durante o primeiro turno, enquanto tentava emplacar sua sobrinha, a derrota será menor. Como os chiliques desta vez não interessavam, não tem problema alguns bairros da cidade, como o Rudge Ramos, continuar sem energia por mais mais de 24 horas. E pensar que em uma sessão da CPI, que tinha como relatora sua esposa, a deputada Carla Morando,ele protagonizou um bate-boca com o presidente da Enel. Assim teve espaço e muitas visualizações na mídia e nas redes sociais. 

Já o governador que foi pego no susto em novembro de 2023, mas que 15 dias depois praticamente determinou toque de recolher com um alerta que nem a Alexa  confirmava, deveria agora ao menos orientar a população como sobreviver até a Enel resolver trabalhar. Quem sabe distribuir gelo ou colocar um caminhão frigorífico em cada bairro atingido para ajudar os moradores. 

A culpa, como sempre, apontada por prefeitos, governardor e Enel, é de Deus. Sim, de uma situação além dos limites.  Mas, ter medidas para lidar com as mudanças climáticas, nem pensar.

 

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