Economia

ALSHOP quer um plano para reabertura gradual do comércio

A ALSHOP (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping) cobra das autoridades um plano para a reabertura gradual do comércio, tendo em vista os prejuízos da ordem de R$ 20 bilhões em pouco mais de 40 dias de lojas fechadas. A entidade propõe que as lojas adotem rígidos protocolos de segurança seguindo as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde). 

“O que a entidade defende é um planejamento das autoridades, especialmente dos governos dos Estados e das prefeituras, para a volta gradual às atividades, a partir do início de maio”, explica Nabil Sahyoun, presidente da ALSHOP. O executivo lembra que há 105 mil lojas de shopping no país que estão fechadas em um setor que emprega cerca de 1,5 milhão de pessoas. 

“O setor privado já se organizou no sentido de tomar providências para flexibilizar aluguéis e reduzir taxas fixas em um entendimento entre várias entidades, mas sentimos falta de apoio do governo que precisa proteger vidas, mas também a economia, e oferecer contrapartidas ao apoio da sociedade civil. Um exemplo são os impostos como o ICMS que não foram flexibilizados ou o IPTU que não foi suspenso. A arrecadação será ainda menor em virtude do Dia das Mães, pois as lojas seguirão fechadas na segunda melhor data do ano e isso ameaça os empregos gerados pelo setor”, alerta. 

A ALSHOP acredita em um equilíbrio entre os cuidados sanitários e combate à pandemia sem prejuízo para a atividade econômica que já leva a uma perda significativa na arrecadação e tem gerado desemprego e temor no setor de varejo. “Nos shoppings os cuidados podem ser os mesmos tomados pelos supermercados e farmácias que estão abertos e funcionam sem aglomeração”, ressalta Sahyoun.

Medidas para reabertura gradual 

A ALSHOP propõe abertura de lojas de shopping em horário reduzido de atendimento: das 12h às 20h permitindo que os estabelecimentos funcionem em apenas um turno. 

Para os clientes e frequentadores: 

– Controle de entrada dos clientes com medição de temperatura e higienização das mãos;

– Limitação de quantidade de clientes conforme a capacidade do empreendimento;

– Nas praças de alimentação, implantação de postos de higienização das mãos e maior espaçamento entre as mesas, bem como a remoção ou interdição de bancos nos corredores;

– Orientação visual aos clientes e frequentadores para evitarem aglomeração e incentivá-los a lavar as mãos, bem como, não andar em grupos com mais de 5 pessoas. 


Para os colaboradores e lojistas em geral:

– Expor informações claras sobre a quantidade máxima de clientes nas lojas conforme a metragem do estabelecimento;

– Mapear a distância entre clientes com identificação nas filas dos caixas;

– Instalar placas de acetato nos caixas das lojas com abertura inferior para a cobrança em papel moeda ou máquinas de cartões devidamente higienizadas;

– Fornecer aos colaboradores das lojas materiais  de proteção individual como máscaras, protetores faciais e luvas;

– Adotar novos protocolos de higienização dos ambientes.


Ações do governo Federal são positivas 

A ALSHOP entende que o governo Federal  tomou as medidas corretas ao anunciar o auxílio emergencial aos trabalhadores informais, antecipação do 13° salário aos aposentados, linhas de crédito com juros reduzidos, entre outras medidas de renúncia fiscal. 

Da mesma forma, governadores e prefeitos também podem abrir mão da arrecadação de impostos ou permitir que a economia volte a gerar receitas  para manter atividades essenciais dos serviços públicos em funcionamento. 

A ALSHOP apoia o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e ingressou na ação que corre no Supremo Tribunal Federal e tratou do assunto para reverter a decisão liminar do ministro Ricardo Lewandowski que exigia a comunicação dos acordos de redução de salários e jornadas aos sindicatos. “Com a queda da decisão liminar, confirmada pelo Pleno do STF, nesta última semana teremos uma menor interferência nos sindicatos e maior facilidade para concretizar os acordos, sem mais burocracias, o que é benéfico a todos”, diz Marcello Furman, advogado da entidade.

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