ABC

Aglomeração e falta de máscara marcam descaso da população do ABC com pandemia

Enquanto o ABC tem recordes de mortes e de casos da covid-19, uma parte da população parece viver em uma realidade paralela, na qual a vida segue normalmente, sem risco de contágio e de mortes pela gravidade da doença ou por falta de vagas nas UTIs.

Em Diadema, proprietários e frequentadores de uma oficina na rua Fagundes de Oliveira, 379, no bairro Piraporinha, costumam transformar o local em salão de festas aos finais de semana. Mesmo com as restrições de horários e de proibição da venda e consumo de bebidas alcoólicas até o próximo dia 05 de abril, clientes, funcionários e proprietários são flagrados diariamente com latas de bebidas, aglomerados e sem máscaras. Quando não estão nessa oficina, estão em outra, no número 386 na mesma rua.

Uma morada da rua que, por segurança, preferiu não se identificar, disse que não adianta pedir a colaboração das pessoas. “Quando peço para eles usarem máscara ainda sou ameaçada”, disse. Ela também ressalta que chama diariamente a CGM (Guarda Civil Metropolitana) de Diadema. “Quando respondem, dizem que vão mandar uma viatura, mas nunca mandam”.

E esta realidade não é apenas de Diadema. Em São Bernardo, é comum ver quadras lotadas de pessoas jogando bola, comércios e prestados de serviços abertos mesmo com o decreto que proíbe o funcionamento. Na rua Marisa Prado, 201, Jardim Palermo, um salão de cabeleireiro funciona clandestinamente até às 22h, mesmo com a proibição e como toque de recolher vigente. Um morador da rua denunciou que os clientes chegam e vão para os fundos da casa onde funciona o salão. Muitos clientes chegam sem máscara e com crianças. O proprietário, flagrado, fez ameaças ao vizinho do salão. A Vigilância Sanitária da cidade já autuou o estabelecimento, que voltou a abrir irregularmente.

Outro caso em São Bernardo é na quadra localizada entre as ruas Ribeirão Pires e Cidade de São Sebastião no bairro Nova Petrópolis. Aos finais de semana, mesmo sendo proibida a prática de esportes coletivos, o local lota, inclusive com crianças. A máscara, como de praxe, é pouco usada. Neste caso, a GCM já foi acionada mais de uma vez para coibir a aglomeração.

 

Segundo a prefeitura de Diadema, no último fim de semana foram inibidas a ocorrência de vários eventos clandestinos. Para denunciar aglomerações ou estabelecimentos irregularmente abertos, a GCM de Diadema mantém à o novo telefone: 0800-7705-559. Os tradicionais números continuam valendo, bastando ligar 153 ou 4043-6330 (Central de Operações). Outra opção de contato com a Guarda é por meio do e-mail gcm@diadema.sp.gov.br. Em todos os canais de atendimentos, o sigilo e garantido.

Porém, mesmo com as opções para denunciar, nem todos os chamados são atendidos, como o da moradora de Piraporinha, que ainda aguarda a visita da Vigilância Sanitária ou da GCM.

Em São Bernardo, a prefeitura passou a usar helicópteros para tentar coibir as aglomerações e festas clandestinas. Mas, a própria GCM afirma que estão “enxugando gelo”, pois fiscalizam e uma hora de depois, tudo volta à “normalidade”.

As sete cidades do ABC estão com praticamente todos os leitos de UTI e enfermaria ocupados. Nesta semana, o recorde de mortes em 24 horas foi quebrado mais de uma vez.

Foto: Divulgação

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