92 profissionais da Educação estadual de SP morreram de covid, 8 no ABC
Levantamento constante feito pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) contabiliza 2586 profissionais da educação com covid-19 nas escolas públicas estaduais, sendo que 92 foram a óbito no Estado de São Paulo, desde o dia 26 de janeiro deste ano, quando houve a volta às aulas presenciais. No ABC, o relatório da entidade soma 8 perdas, sendo 3 em Santo André, 3 em Diadema e 2 em São Bernardo. (Veja arquivo no fim a matéria)
A presidente da Apeoesp e deputada estadual, Professora Bebel, se posiciona contra o retorno presencial sem que todos os profissionais do setor tenham sido imunizados contra a covid e que a pandemia tenha sido efetivamente controlada. “Aprendizagem se recupera, vidas não!”, disse.
Segundo ela, o governo estadual ignora o apelo da entidade contrário ás aulas presenciais com 35% da capacidade na fase mais restritiva do Plano São Paulo e que pode ser ampliado com o avanço para outras com menos restrições. Ela ainda destaca que a situação só não foi pior porque muitos pais não mandaram os filhos para as aulas.
A posição da Apeoesp contrária ao retorno das aulas é baseada em estudo realizado pela Apeoesp, IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil) e o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), apresentado em agosto do ano passado, e que aponta que 99% das unidades escolares não possuem enfermaria, consultório médico ou ambulatório, enquanto que 82% das escolas estaduais não têm mais de dois sanitários para uso dos estudantes, enquanto que 11% das escolas estaduais não têm pátio, 13% não têm quadra, ginásio ou campo de futebol e 79% não possuem vestiário.
Outro dado é que 48% das unidades escolares não têm sanitário acessível para pessoa com algum tipo de deficiência. “Esse levantamento colocou em números o que nós, professores, sabemos há muito tempo: a infraestrutura das escolas da rede estadual paulista é precária. Isso já era extremamente prejudicial para o processo pedagógico. Agora, em plena pandemia, passou a ser perigoso”, afirmou Bebel.
Foto: EBC Amanda Perobelli
