Toyota vai discutir “apoio” aos funcionários com Sindicato, que aprovam estado de greve

Após anunciar na tarde de ontem, 05 de abril, que deixará São Bernardo, a Toyota voltou a se reunir com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para discutir as próximas ações. No comunicado, a empresa diz que vai manter 100% dos funcionários. Porém, para continuar com o emprego, os trabalhadores precisarão se mudar para o interior do Estado, nas plantas da montadora.

Em assembleia realizada na de hoje, os trabalhadores da Toyota aprovaram a entrega de um aviso de greve e o estado permanente de mobilização contra o fechamento da fábrica anunciado ontem. Os metalúrgicos também autorizaram que a direção do Sindicato protocole um pedido oficial de reunião com o presidente da montadora. Como forma de protesto, houve paralisação dos três turnos.

“Essa luta pode ser uma corrida de 100 metros ou uma maratona, se for uma maratona, os trabalhadores terão fôlego para enfrentar, caso necessário, vamos trazer a solidariedade de toda a categoria. Faremos o que tiver que ser feito, porque cada um aqui merece respeito, não é assim que se trata os trabalhadores”, afirmou o presidente do Sindicato Moisés Selerges.

Ele ainda destacou a necessidade de que o presidente da companhia participe das conversas com o Sindicato e busque outra alternativa. “Espero que a empresa tenha responsabilidade e vá para a mesa de negociação. Possibilidade de permanência tem, essa é uma empresa que dá resultado, não prejuízo”.

O diretor administrativo do Sindicato, Wellington Messias Damasceno, pontou que os trabalhadores têm total empenho para a manutenção da montadora na cidade.

“Nós temos condição e capacidade de discutir e achar um caminho para a manutenção. O Sindicato não abriu mão desta discussão. Em nenhum momento a Toyota pautou o Sindicato. Ao contrário, estamos o tempo todo pautando a empresa e a disposição para fazer um acordo de longo prazo, que garanta a permanência da planta. Ainda que seja uma fábrica, segundo a própria Toyota, lucrativa, produtiva e que por si só tenha viabilidade”, disse.

“O Sindicato continua à disposição e acreditando que esta unidade pode sim permanecer. Vamos fazer o esforço que for necessário do ponto de vista de articulação”, prosseguiu.

O dirigente lembrou ainda que em 2015 a montadora firmou um compromisso de proteção dos empregos e crescimento da empresa com os trabalhadores, Sindicato e com a cidade. “Até onde nos consta a Toyota sempre foi uma empresa que cumpre seus compromissos. O Sindicato honra sua parte e vamos cobrar para que a Toyota cumpra também”.

 

Apoio aos trabalhadores

Após reunião com o Sindicato, a direção da Toyota disse que vai discutir  a situação dos funcionários. Com certeza, segundo a empresa, haverá ajuda para que os trabalhadores que optarem por acompanhar a fábrica façam a mudança. E, para os que preferirem se deligar a empresa vai discutir condições e até um PDV (Plano de Demissão Voluntparia)

Nessa conversa, a empresa reiterou sua decisão de transferir sua operação industrial de São Bernardo para as cidades onde já atua – Sorocaba, Indaiatuba e Porto Feliz – no interior do Estado de São Paulo, buscando mais sinergia entre suas unidades produtivas, com vistas a aumentar sua competitividade frente aos desafios do mercado brasileiro e da sustentabilidade de seus negócios no País.

Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil, voltou a garantir que “o movimento prevê a manutenção de 100% dos empregos dos colaboradores que hoje trabalham na operação do ABC Paulista, inclusive com suporte à mudança, além de outros benefícios”. A empresa disse que vai discutir com cada um dos empregados as condições.

Entretanto, vale ressaltar que mudar para acompanhar a fábrica não é tarefa fácil. Há a questão da moradia, trabalho do conjunge, escola dos filhos e toda uma rede de apoio de cada funcionários.

 

Foto: Adonis Guerra

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