São Bernardo mantém perfil automotivo, aponta estudo da FGV

Estudo apresentando nesta quinta-feira, 09 de dezembro, pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) sobre o volume de investimentos recebidos pela cidade de São Bernardo em 2021 e os que já foram anunciados para 2022, mostra que a cidade mantém seu perfil industrial e com predominância do setor automotivo.

Dados apontados pelo levantamento apontam que o volume de investimento das montadoras no período vai ficar em R$ 3,905 bilhões. O montante total do setor privado, segundo a FGV,  que levou em consideração dados mapeados pela Fundação Seade (Fundação Sistema Estadual e Análise de Dados) é de R$ 4,335 bilhões.

Para Robson Gonçalves,  da FGV, os dados mostram que o setor industrial mantém importância na cidade e é um dos principais responsáveis por impulsionar a economia local. “A indústria gera empregos, que atrai investimentos imobiliários. Há procura por itens que serão usados para mobiliar as residências, assim como de obras e consumo em supermercados. Os investimentos na indústria puxam o setor imobiliário, de serviços e comércio”, disse.

O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Carlos Moraes, aponta a estrutura já estabelecida na cidade como um fator para agregar novas tecnologias. Moraes acredita que nos próximos anos haverá uma nova onda de investimentos do setor automotivo no país e, consequentemente, em São Bernardo. Novas tecnologias e um crescimento da prestação de serviço pelo setor já estão em estudo.

O presidente da Anfavea destacou a parceria com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC nas negociações para que a grave falta de insumos pela qual o setor passa não atinja os empregos nas fábricas. Moraes também considera o papel da administração municipal como primordial para a atração de investimentos das montadoras para a cidade.

 

Perfil industrial

Outro ponto apontado pelo estudo da FGV é que São Bernardo, mesmo com um aumento importante de empreendimentos imobiliários, não se tornou cidade dormitório. Os dados mostram que, do total de alvarás de 1,96 milhão de metros quadrados, 845.839,9 mil foram para a indústria. Os residenciais (inclusive os residenciais mistos) ficaram com 792.586,9 mil. Já os alvarás para comércio somam 321.029,9 mil.

 

Investimentos totais

Considerado um dos principais polos industriais do Brasil, o município vai somar investimentos diretos de mais de R$ 9 bilhões até o próximo ano, de acordo com mapeamento apresentado em evento para autoridades no teatro Elis Regina. As projeções englobam aportes privados (R$ 6,5 bilhões), públicos (R$ 2,2 bilhões) e parcerias (R$ 340,3 milhões).

Os investimentos são resultado de política de desburocratização na emissão de licenças, requalificação econômica e de readequação do ambiente para negócios, com transformações por toda a cidade, incluindo melhorias no sistema viário que dá acesso a importantes rodovias como a Anchieta, Imigrantes e Rodoanel. A estratégia ajudou São Bernardo a resistir à queda na produção da indústria automotiva durante a pandemia, fomentando outros setores, como o de serviços e logística.

“Temos uma localização estratégica. Nossa cidade está próxima a dois dos principais aeroportos do Estado (Guarulhos e Congonhas), ao lado do porto do Santos e somos vizinhos do maior centro consumidor da América Latina, que é a cidade de São Paulo. Por tudo isso, seguimos sendo um porto seguro para a instalação de novas plantas industriais”, ressaltou o prefeito Orlando Morando.

Essas características, somadas a incentivos fiscais, como descontos progressivos no IPTU para empresas geradoras de emprego, resultaram na abertura de 18.214 empresas em 2020 e outras 18.665 neste ano, além de investimentos importantes de indústrias já instaladas na cidade, como Scania, Volkswagen, Termomecânica, Omnisys, entre outros.

 

Foto: Ricardo Cassin

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