Bem Estar

Sabesp vai reduzir pressão da água durante a noite para evitar desabastecimento

Com os reservatórios de água da Região Metropolitana e do ABC em baixa, o governo Tarcísio de Freitas já busca alternativas para evitar desabastecimento ou um relacionamento de água. E, para isso, optou pela redução da pressão no período noturno.  Por deliberação da Arsesp, Agência Reguladora de Serviços Públicos de São Paulo, um regime de prevenção e contingência será iniciado, com ações para preservar os níveis dos reservatórios. A evolução destas ações será acompanhada pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) e pela Defesa Civil no âmbito do Comitê Gestor da Política Estadual de Mudanças Climáticas.

O regime de prevenção e contingência deliberado pela Arsesp prevê que a Sabesp promova, na região metropolitana coberta pelo Sistema Integrado Metropolitano (SIM), a prática de gestão de demanda noturna, pelo prazo de oito horas. Isso significa que, pelo período de oito horas durante a madrugada, com horário de início e fim a ser definido pela operadora, fica autorizada excepcionalmente a promover redução de pressão, o que, pela previsão da Sabesp, garantiria uma economia de 4m3 por segundo. A medida é válida até que sejam recuperados os níveis dos reservatórios que abastecem a região metropolitana. A agência também solicita à concessionária que apresente um Plano de Contingência específico para a RMSP, a ser elaborado sob coordenação da Arsesp e em cooperação técnica com a SP Águas.


 

Recomendação

A SP Águas, em comunicação à Arsesp, recomendou a adoção de medidas visando à redução da retirada de água dos reservatórios. De acordo com a agência, a região do Sistema Integrado Metropolitano vem enfrentando uma sequência de anos com chuvas abaixo da média e a atual condição dos reservatórios no que diz respeito ao percentual de volume útil demanda atenção. A situação é semelhante à observada em 2021, mas melhor do que a do ano 2014, quando ocorreu a crise hídrica (veja dados e gráficos no final).
 

Está em fase final de aprovação o Protocolo de Escassez Hídrica de São Paulo, importante ferramenta que orienta a atuação do Governo no que tange às medidas preventivas e de contingência a serem adotadas para cada faixa de disponibilidade hídrica. De acordo com o Protocolo, a região metropolitana se encontra hoje em estado de atenção (reservatórios com volume útil de 39,2%). Caso esse percentual caia para valores entre 30% e 20%, é acionado o estágio crítico. Já o último estado, de emergência, é acionado quando os valores atingem percentuais inferiores a 20%. O Protocolo prevê medidas a serem adotadas em cada um desses estágios, como suspensão de outorgas, diminuição de vazões outorgadas, intensificação da fiscalização em localidades críticas, entre outras.
 

“É muito importante que consigamos estabilizar os reservatórios até que tenhamos novas chuvas, e para isso a adoção de medidas de contingência é importante, assim como é fundamental a cooperação da população na redução do consumo”, enfatiza a presidente da SP Águas, Camila Viana.

O Governo de São Paulo iniciará esta semana uma campanha de conscientização da população para a redução do consumo por meio de medidas simples, como a contenção de vazamentos, o uso de chuveiros eficientes, o uso de máquinas de lavar com carga completa, entre outras.
 

Resiliência
 

O Sistema Integrado Metropolitano interliga grandes e pequenos mananciais, adutoras e estações de tratamento, permitindo transferências de água entre sistemas produtores. Essa operação integrada reduz riscos de desabastecimento e aumenta a resiliência em cenários de seca ou demanda elevada. A transposição Jaguari-Atibainha, que aporta água proveniente da Bacia do Paraíba do Sul, e a conclusão do Sistema São Lourenço são exemplos de obras realizadas pela Sabesp que contribuíram para o aumento da resiliência. Outras obras estão previstas, como a captação de água do Rio Itapanhaú e Ribeirão Sertãozinho, um investimento de R$ 200 milhões que vai permitir captação de 2 mil litros/segundo. De acordo com a Sabesp, mais de R$ 1,2 bilhão estão previstos para novas obras de resiliência hídrica até 2027.

 

Foto: Reprodução

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