Prefeitura adia virada cultural. Programação de aniversário deveria ser cancelada

Após o afastamento judicial de Marcelo Lima do cargo de prefeito de São Bernardo, assim como o presidente da Câmara Municipal, Danilo Lima, a cidade deveria ser fechada para balanço. As ações da Polícia Federal ocorreram uma semana antes do aniversário da cidade, 20 de agosto, e em meio às comemorações extensas anunciadas dias antes pelo então prefeito. 

No último fim de semana, a administração da prefeita em exercício Jéssica Cormick anunciou o adiamento da Virada Cultural, uma das atrações comemorativas. Por meio de nota, a Prefeitura afirmou que a empresa responsável pela estrutura de palco e som não conseguiria atender às demandas necessárias dentro do prazo para o evento. Porém, quem passa pela esplanada do Paço Municipal, já vê estrutura pronta para o show de Ana Castela. 

Além disso, a nota diz que a administração está em fase de adequação “com patrocinadores que viabilizarão a contratação de artistas de grande porte, bem como toda a infraestrutura técnica necessária — incluindo palcos, som e iluminação — para garantir a qualidade e a segurança da programação”.

Apesar de não dizer, fica uma dúvida no ar de que realmente não houve “tempo hábil” para a montagem das estruturas ou se os patrocinadores estão pulando fora do barco. Afinal, não é agradável estar em destaque em uma administração envolvida em uma ação da PF, com prefeito afastado, com tornozeleira e com outros tantos envolvidos.

Outras atrações, como o jantar beneficente com show do Roupa Nova, previsto para esta terça-feira, 19 de agosto, e o show de Ana Castela, ainda não foram adiados, mas deveriam. Para os patrocinadores, a vergonha de estarem expostos. Para os moradores, o questionamento de que o valor gasto poderia ser direcionado para  saúde, educação, mobilidade e tantas outras áreas críticas da cidade.

E, sobretudo para a nova administradora, Jéssica Cormick, a suspensão das comemorações poderia garantir um voto de confiança da população. Ela poderia passar a ideia de que está revendo os contratos e tentando estancar a corrupção encontrada. Mas, até agora, nada foi dito. O secretariado foi mantido e não houve nenhuma palavra com a imprensa, apenas notas oficiais.

Para a população, o melhor presente do aniversário de 472 anos seria a apuração firme dos desvios e, quem sabe, o retorno aos cofres públicos, e não shows e inaugurações para manter a política do pão e circo que foi adotada por Marcelo Lima desde o primeiro dia de governo.

 

Foto:  Brenner Oliveira/PMSBC

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