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“A mulher é movida por desafios”, diz educadora que superou pandemia em rede de escolas

Estar na linha de frente do combate à pandemia da covid-19 não é exclusividade dos profissionais da saúde que têm sim, papel fundamental para salvar vidas e são nosso heróis sem capas ou superpoderes. Mas, neste período descobrimos que outras áreas também precisam de atenção e de profissionais para salvar vidas, mas de uma forma distante dos respiradores da UTI. A Educação é uma da áreas que mais precisam de atenção e carinho neste momento.

E elas, as mulheres, tanto nos hospitais como nas escolas, assumiram a linha de frente do combate à covid e às consequências da doenças em vários segmentos. Uma delas é a diretora de Educação da rede adventista do ABCDM, Marizane Fenske Antunes Pires.

Da noite para o dia, literalmente, todas as escolas do país e do mundo foram fechadas. O que era para ser alguns dias ou um mês, durou o ano todo. E agora? Nenhuma escola pública ou privada estava pronta para trocar o ensino presencial pelo remoto. E os professores? E os alunos? Como mudar tão rapidamente?

Esta foi a função de muitos profissionais da educação. Nas unidades rede Adventista do ABC, a responsável por isso foi Marizane. Fácil, não. Mas um desafio cumprido com excelência por uma mulher.

“A rede tem 700 funcionários no ABC, são 8 mil alunos em oito escolas. Tivemos que criar um plataforma e proporcionar autonomia para o professor levar a escola para dentro de casa”, disse a diretora.

Foram dias corridos e de incertezas, mas a mão firme de uma mulher conseguiu transformar em dias um sistema todo. “Criamos grupos no WhatsApp para ter acesso às dúvidas de professores, alunos e dos pais. Não tivemos tempo para pensar e discutir, as medidas precisavam ser tomadas rapidamente”.

Além das dúvidas em relação ao funcionamento do ensino remoto, o psicológico de todos foi afetado, de funcionários, pais e alunos. “Fizemos um trabalho de acolhimento com todos, cuidamos do emocional de cada um”, destaca Marizane.

Depois de resolver o problema pedagógico, que não podia parar para evitar que alunos tivessem perdas durante a pandemia, a escola passou a enfrentar um outro problemas, agora o financeiro. Afastados dos trabalhos e com queda na renda, muitos pais passaram a negociar a mensalidade. E depois, a escola também precisou refazer os contratos dos funcionários com o apoio da legislação para que nenhum fosse prejudicado no período em que as portas das escolas ficassem fechadas.

No dia a dia, Marizane optou por eliminar tudo o que era supérfluo no celular para concentrar sua atenção apenas no que era necessário. “Consegui manter a saúde emocional e atender às demandas de pais, funcionários, professores e família.”.  Marizane também é mãe, tem marido… “Minha casa virou um  emaranhado de fios de internet”, brinca. Filhos, marido e ela partiram para o home-office, obrigando reforço e paciência de todos na hora do trabalho.  Uma filha é médica e trabalhou em hospital de campanha tratando de pacientes com covid, o que a fez ciente da gravidade da doença e da preocupação com os protocolos sanitários.

Depois, com a liberação para o funcionamento das escolas, a alegria se misturou com a preocupação de proporcionar um retorno seguro. O treinamento dos funcionários foi indispensável para garantir a volta às aulas presenciais segura.

Hoje, depois que superou todos os problemas, viu que os resultados com a mudança inesperada foram positivos, ela diz que não teve medo. “ A mulher é movida a desafios. Quem trabalha não tem tempo para pensar se algo pode dar errado.”

E mesmo no meio do furacão da pandemia, ela fica feliz em contar que a rede Adventista ganhará uma nova unidade, agora no Guarujá.

 

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