Máscaras poderão ser obrigatórias no Estado de SP mesmo após fim da pandemia

Enquanto alguns Estados do Brasil já discutem a retirada das máscaras por conta do controle da pandemia da covid-19, no Estado de São Paulo o acessório poderá se tornar definitivo. Pelo menos em alguns locais e situações.

Nesta quarta-feira, 21 de outubro, o coordenador executivo do comitê científico que orienta o governo paulista nas ações contra a covid-19, João Gabbardo,  afirmou que estuda no futuro manter a obrigatoriedade do uso da máscara. . “Nos hospitais, as UTIs e principalmente os centros cirúrgicos, a máscara é obrigatória para evitar a transmissão de doenças. Então vamos propor ao governo que em ambiente hospitalar o uso da máscara seja obrigatório mesmo depois da pandemia”, explicou.

Além disso, por enquanto não há previsão para a desobrigação do uso do acessório em ambientes abertos. Segundo Gabbardo, apesar de os indicadores de mortes e internações causadas pela covid estarem em queda por conta do avanço da vacinação, os médicos que fazem parte do comitê concordam que o momento ainda exige cautela.  “A posição do comitê científico é que não é o momento de flexibilizar o uso das máscaras, apesar dos números estarem muito positivos. Ainda não é o momento porque estamos passando por momento de transição, com flexibilização importante como volta às aulas presenciais, com frequência obrigatória dos alunos. A presença de público nos eventos esportivos culturais e esportivos como nos estádios, redução de distanciamento também foi liberada. Temos que acompanhar qual será o impacto dessas modificações nos indicadores”, disse.

Segundo o coordenador, os médicos continuam analisando o assunto, mas ainda não definiram uma data para a suspensão do uso de máscara. Segundo ele, a medida vai depender de uma análise de fatores relacionados à transmissibilidade da doença e à cobertura vacinal. Mas a ideia é que o fim da obrigatoriedade do equipamento de proteção seja feito gradualmente, começando pela retirada do uso de máscara em lugares abertos, ao ar livre, e sem aglomeração.

“O governo tem recebido pedidos de setores, como o de eventos, para não flexibilizarmos. Todos têm receio de ter que retroceder, e não queremos retroceder”, afirmou. Uma das ideias do comitê é estabelecer metas para os indicadores de forma que, ao atingir uma dessas metas, poderia ser liberado o uso de máscara em algumas situações, tal como ao ar livre.

Dados

Segundo o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, a taxa de ocupação de leitos de UTI do Estado estava nesta quarta em 28,5%, com 1.841 pessoas internadas em estado grave. “Este número significa 2,6 mil pessoas a menos do que no pico da primeira onda e 9,2 mil a menos do que no pico da segunda onda”, disse. O secretário, a queda nas internações é resultado do avanço da vacinação.

Nos hospitais privados, a ocupação de leitos é ainda menor do que nos públicos. De acordo com o secretário, 80% dos hospitais privados de São Paulo têm hoje uma ocupação de 20% de seus leitos.

Foto: REUTERS/Amanda Perobelli/EBV

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