Jovens escrevem suas histórias na literatura

Escrever é traduzir sentimentos, os transformando em palavras. Palavras que contam histórias, que narram, que encantam, que fazem chorar. Algumas pessoas nascem com esse dom, mas nem todas conseguem concretizar o sonho e publicar um livro. A vergonha de mostrar os rabiscos iniciais ou o receio de ser julgado afastam muitos jovens da literatura. A falta de apoio dos familiares e das escolas também tiram os jovens dos livros.

Por outro lado, há muitas histórias que tentam mudar esta realidade e que precisam ser mostradas. E uma delas começou com o desejo do jornalista e escritor Nelson Albuquerque Júnior de orientar jovens que gostassem de escrever e com dicas, relatos de profissionais e técnicas.  E na sua empreitada contou com a também escritora Ala Voloshyn.

Os dois criaram o Laboratório de Jovens Escritores, em São Caetano, que tem participantes de 15 a 19 anos de escolas públicas do ABC.  O patrocínio da Papelaria Lupapel  permitiu que o curso pudesse ser gratuito. Selecionar os alunos não foi difícil, Nelson conta que apresentou o projeto nas escolas e logo os professores apontaram quem já tinha familiaridade com a escrita. A Editora Casa Marrom doou livros para que os jovens pudessem ter acesso a obras importantes da literatura.

Os encontros acontecem aos sábados e sempre contam com a participação de um escritor que conta as inspirações, dificuldades e, lógico, mostra como venceram.

Mesmo estando em um mesmo grupo, cada um dos jovens tem um caminho próprio para seguir na literatura. Há os romancistas, os poetas e quem gosta de histórias de terror. Os textos que eram, de uma certa forma escondidos, por medo de um comentário negativo ou vergonha, agora são exibidos com orgulho toda semana.

Para Ala, é importante que o jovem descubra o que quer dentro da sua individualidade, mas que possa ter a experiência do que buscam. Segundo ela, alguns dizem que têm vergonha do que escreveram anos atrás. Mas esta evolução faz parte do aprendizado, é a prova de que o trabalho evoluiu, se profissionalizou e que a visão deles está mais crítica.

Nicolli Farias, de 17 anos, vai de poesia.  Renan Luis, de 19 anos faz faculdade de Letras, que sempre foi seu sonho, e ressalta que vai seguir este caminho. “Quero ser escritor”, diz. Thiago Oliveira tem 17 anos e conta que desde pequeno escreve, mas que a troca de experiência no Laboratório contribuiu para o desenvolvimento de seus textos.

Para Nelson, esta vivência e troca de experiências é fundamental para o desenvolvimento dos futuros escritores. “Vamos mostrar até como fazer para conseguir editar um livro”. A leitura dos grandes nomes da literatura também faz parte do Laboratório e é importante para mostrar o estilo de cada escritor e como são diferentes.

O Laboratório de Jovens Escritores ocorre no Espaço K 1900, na avenida Presidente Kennedy, 1900, São Caetano. Mais informações pelo Whatsapp: 2376-4869.

 

Foto: Divulgação

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