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Com 90 agentes de trânsito para uma frota de 647 mil veículos e 900 km de vias, trânsito de S.Bernardo só piora

O morador ou trabalhador de São Bernardo já percebeu, literalmente na marra, que precisa sair cada vez mais cedo para conseguir chegar ao destino. Se for em horário de pico, o percurso de dar a volta no Paço Municipal da cidade equivale a mais tempo do que chegar à praia. Sim, tem dias que pode levar mais de uma hora para percorrer o que deveria ser feito em no máximo, 10 minutos.

A culpa é de quem? Do motorista? Das montadoras que vendem carros e motos, ou das administrações da cidade? Difícil saber, mas a cada mudança nas ruas, o trânsito piora. Se resolver parece tarefa impossível, tentar rever algumas mudanças ao invés de apostar em obras faraônicas seria um bom começo. E, lógico, fiscalizar. Os agentes de trânsitos, conhecidos como amarelinhos, são figuras raríssimas na cidade. O caos formado e não há um tentando ajudar.

Segundo a Prefeitura de São Bernardo, a cidade conta com 90 agentes de trânsito, divididos em três turnos.. Em 07 de abril do ano passado, foi realizada a prova de concurso para a contratação de outros 30. A seleção foi homologada em 17 de dezembro, mas até agora nenhum agente está nas ruas. A administração informa que estão em fase final de treinamento, mas que em breve devem começar a trabalhar. Enquanto isso, desde novembro, que faz parte do trabalho é a GCM. 

Assim que iniciarem o trabalho, a cidade terá 120 agentes de trânsito (divididos em três turnos) para fiscalizar uma frota de 647.960 veículos e 900 quilômetros de vias. Suficiente? Bem longe disso.

De acordo com Celso Mariano, especialista em trânsito e diretor do Portal do Trânsito, não existe uma lei para determinar a quantidade necessária de agentes de trânsito, mas há uma recomendação. “Um agente de trânsito para cada mil veículos. Esta referência, que anda meio sumida do nosso dia a dia, diz mais ou menos a quantidade ou permite calcularmos a quantidade de agentes de trânsito que deveríamos ter atuando numa cidade”, afirma.

Se a estimativa fosse cumprida em São Bernardo, a cidade precisaria de, pelo menos, 647 agentes de trânsito. Os 120 possíveis após a integração dos concursados, fará com que o município tenha cerca 5,5 vezes menos do que o necessário. Sem fiscalização, o caos só aumenta, pois é motorista fechando cruzamentos, parando literalmente onde dá na cabeça, e por aí vai. Sem falar no transporte clandestino que ocorre em um estacionamento da avenida Pery Ronchetti atrapalhando o trânsito em horário de pico e ainda colocando a vida de pessoas em risco.

 

Mas, por outro lado, a cidade, conta hoje, segundo informações no site da Prefeitura, com 118 radares fixos, fora as lombadas eletrônicas (https://www.saobernardo.sp.gov.br/radares). E, ao que parece, o número está aumentando, pois vários foram instalados nas últimas semanas e os motoristas estão descobrindo da pior maneira: com a chegada da multa. Em nota, a prefeitura afirmou que não houve a instalação de novos radares até agora na gestão do prefeito Marcelo Lima, mas quem anda pela cidade percebe que há novos pontos de fiscalização, como na Marechal Deodoro e na avenida Senador Vergueiro, próximo ao Colégio Darwin.

Em nota, a Prefeitura de São Bernardo informou que “A Guarda Civil Municipal (GCM) também colabora de forma constante com o trabalho de fiscalização e ordenamento do trânsito, integrando as ações de mobilidade urbana no município.

A fiscalização de trânsito segue atuante em diversos pontos da cidade, com foco na segurança viária e na fluidez do tráfego. 

A atual gestão já adotou, em quatro meses deste ano, diversas ações efetivas para melhoria do tráfego em São Bernardo, entre elas a entrega de um novo acesso na Avenida João Firmino, requalificação do viário da Avenida José Odorizzi (primeira etapa entregue), implantação da Faixa Azul (nas avenidas Lions e 31 de Março) e a mudança do projeto do acesso ao Km 16 da Via Anchieta.”

Fotos: Eagle News

 

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