ABC precisa buscar seu novo perfil econômico com urgência, diz diretor do Ciesp SBC

Com 2,825 milhões de habitantes segundo a nova estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada na última semana, o ABC passa por um período de turbulências econômicas, com fechamentos de indústrias e perda de empregos com maior remuneração. Para Mauro Miaguti, diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo, a região precisa de unir e encontrar um novo perfil econômico para a região, e com urgência.

Nos últimos anos, o ABC foi notícia diversas vezes por conta da saída de empresas, principalmente de indústrias. A última de grande impacto foi a Ford, fabricante de caminhões.  Alguns anos antes, a Multibrás (Brastemp) também saiu. Em seu lugar foi erguido o São Bernardo Plaza Shopping. O espaço ocupado pela Ford foi vendido para uma construtora, a mesma que ergueu o shopping no terreno da Brastemp, mas ainda não foi divulgado o que será feito do terreno.

Enquanto o ABC perde indústrias, com salários e benefícios altos e recebe comércios e serviços com mão-de-obra mais barata,  falta uma discussão do que será da região nos próximos anos.

Segundo Miaguti, é fundamental que o poder público, universidades e empresas se unam para avaliar como evitar que a região perca ainda mais empresas. “Precisamos discutir formas de manter as indústrias no ABC e ainda atrair novas. Não queremos entrar em uma guerra fiscal com outras regiões, mas há maneiras de buscar fornecedores para atender às montadoras, por exemplo, usando áreas desocupadas.”

 

A ideia do Ciesp é fazer com que indústrias com produção em outras cidades ou Estados possam trazer uma espécie de filial para o ABC apenas para atender à demanda regional. Com isso ficará perto dos clientes, reduzindo os custos de logísticas e tempo de entrega e permitindo que a região volte a receber indústrias e a contratar.  “O poder público pode abrir mão de impostos municipais. Não será abrir mão de receitas que já existem, mas de novas, que ainda não existem. Por outro lado, haverá mais consumo e gente empregada, incrementando outros impostos e o aumento da arrecadação”, ressalta Miaguti.

Além do setor automotivo, o diretor destaca que a região tem potencial para ser um polo de design, principalmente por conta das universidades que concentra. Hoje uma das áreas mais importantes para as indústrias.  “Temos universidades capazes de liderar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologia, mas precisamos ser rápidos, para não perde o timing. Podemos nos inspirar em projetos de outros países que passaram pela mesma situação e conseguiram virar o jogo”, disse.  O jovem teve ter papel fundamental, com o potencial aproveitado e gerando oportunidades para que eles fiquem na região e não sai para países que os valorizem mais.

Miaguti ressalta que esta busca pelo novo perfil econômico da região já está atrasada. “Precisamos pensar urgente onde queremos estar daqui a dez anos”, completou.

 

Foto: Divulgação

 

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