Tecnologia brasileira com IA antecipa tempestades e ajuda a evitar acidentes em ferrovias
Uma solução de inteligência artificial desenvolvida no Brasil está ajudando operadoras ferroviárias a se antecipar a eventos climáticos extremos e a evitar acidentes graves, como descarrilamentos. Criada por uma startup brasileira, a tecnologia combina sensores de microclima, redes oficiais e dados de satélites para fornecer previsões hiperlocais com alto grau de precisão.
A ferramenta já está em uso por grandes operadores logísticos, como a Rumo, e deve ser adotada também em linhas de transporte público de passageiros sobre trilhos. A promessa da plataforma é simples e poderosa: prever tempestades e eventos severos com até 36 horas de antecedência, oferecendo tempo hábil para rever rotas, interromper operações e reforçar a segurança em regiões de risco.
O uso da ferramenta é bem avaliado por especialistas e profissionais de transporte. Para Márcio Galdino, diretor regional do Sindicato Nacional dos Cegonheiros (Sinaceg), antever intempéries é fundamental para reduzir o número de acidentes e preservar vidas. “O clima sempre foi uma variável de difícil precisão nas operações logísticas”, Galdino explica. “Hoje, com o uso de sensores e inteligência artificial, conseguimos minimizar riscos e tomar decisões preventivas com mais agilidade.”
O diretor reforça que o impacto da inovação vai além do transporte de cargas. “Ferrovias, barragens, rodovias e áreas agrícolas podem se beneficiar dessa tecnologia. Em muitos casos, prever um temporal com algumas horas de antecedência pode significar evitar uma tragédia ou um prejuízo de milhões de reais.”
A plataforma, criada pela brasileira FieldPRO, utiliza sensores capazes de identificar até a pressão de um pingo de chuva e monitorar variações climáticas em áreas de até um hectare. As informações são atualizadas em tempo real e podem ser acessadas de qualquer lugar com conexão à internet. A empresa, que fabrica os dispositivos em São Paulo, Santa Catarina e na China, garante que pelo menos dois possíveis descarrilamentos já foram evitados com o uso do sistema em 2025.
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