Economia

Nova faixa do Minha Casa Minha Vida chega a quem ganha R$ 12 mil e anima setor de construção civil do ABC

O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aprovou a criação da Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que ampliará o programa para a classe média. Lançada há duas semanas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a nova categoria abrangerá famílias com renda mensal de R$ 8 mil a R$ 12 mil.

Empresários do setor de construção civil do ABC comemoram a decisão. “ Isso beneficiará muito o setor como um todo, pois mais famílias  poderão participar do programa e com isso mais produtos poderão ser ofertados”, disse o diretor da MBigucci, Milton Bigucci Júnior.

A nova faixa vai permitir que empreendimentos de até R$ 500 mil sejam financiados com juros de 10,5% ao ano e com 420 parcelas. As construtoras terão condições de oferecer produtos diferenciados no tamanho e localização, aquecendo ainda mais o setor. 

Pesquisa divulgada pela Acigabc (Associação dos Construtores e Imobiliárias do Grande ABC) e elaborado pela Brain Inteligência Estratégica mostra que 2024 foi o melhor ano da história do setor. Com o desempenho, crescer mais e superar os números se torna uma tarefa mais difícil, por isso um empate em 2025 é visto com um ótimo resultado. Porém, com a liberação de mais uma faixa do Minha Casa Minha Vida, o crescimento real pode ocorrer.

Apesar de afirmar que não há uma cidade do ABC que poderá se beneficiar mais com a nova faixa do programa, São Bernardo deve entrar no radar. O atual Plano Diretor do município determina uma metragem mínima dos empreendimentos, o que divulga alguns projetos menores e studios, que eram os contemplados pelo Minha Casa Minha Vida. Com a ampliação da faixa, será possível adequar o tamanho ao valor máximo.

Porém, o prefeito Marcelo Lima afirmou que a revisão do Plano Diretor será enviada para aprovação da Câmara Municipal até o meio do ano e vai contemplar a reivindicação do setor de construção civil, com a redução da metragem mínima exigida. “O Plano Diretor está sendo revisto e está buscando conservar com todos os segmentos para que seja aprovado”, disse o prefeito.

 

Veja como fica o Minha Casa Minha Vida

  •     Faixa 1: renda familiar de até R$ 2.850,00, com subsídio de até 95% do valor do imóvel;
  •     Faixa 2: renda familiar de R$ 2.850,01 a R$ 4,7 mil, com subsídio de até R$ 55 mil e juros reduzidos
  •     Faixa 3: renda familiar de R$ 4.700,01 a R$ 8,6 mil, sem subsídios, mas com condições de financiamento facilitadas
  •     Faixa 4: renda familiar de R$ 8 mil a R$ 12 mil, com juros de 10,5% ao ano, 420 parcelas e limite de financiamento de até R$ 500 mil, de imóveis novos e usados.

Os tetos estavam em R$ 2.640 para a Faixa 1, R$ 4,4 mil para a Faixa 2 e R$ 8 mil para a Faixa 3. A taxa de 10,5% ao ano para a Faixa 4 é inferior à média dos financiamentos de mercado, de 11,5% a 12% ao ano.

Até agora, o Minha Casa, Minha Vida atendia apenas a famílias que ganhavam até R$ 8 mil. A Faixa 4 terá R$ 30 bilhões em recursos, que virão do FGTS, da caderneta de poupança, das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Fundo Social do Pré-Sal.

Com a criação da Faixa 4, o Ministério das Cidades pretende financiar cerca de 120 mil novos imóveis pelo Minha Casa, Minha Vida. Na semana passada, o ministro Jader Filho informou que a medida ajudará o governo a alcançar 3 milhões de unidades habitacionais contratadas até 2026.

 

FGTS

No caso do FGTS, o dinheiro aplicado no Minha Casa, Minha Vida vem dos lucros anuais do fundo, obtido por meio de aplicações no mercado financeiro e do retorno de financiamentos. Como o dinheiro vem dos lucros, pessoas sem FGTS poderão comprar imóveis pela Faixa 4, mas pagarão juros maiores que os cotistas.

Por causa do uso de recursos do FGTS, a Faixa 4 somente poderá financiar a compra do primeiro imóvel, estabelecida como regra do Fundo. O mutuário financiará até 80% do valor do imóvel e complementará a diferença.

Faixas de valores

O Conselho Curador do FGTS também aprovou o reajuste do teto do valor de compra de imóveis em municípios de até 100 mil habitantes. Os novos limites nessas localidades terão variação de R$ 210 mil a R$ 230 mil, alta de 11% a 16% em relação aos valores atuais.

As famílias com renda de até R$ 4,7 mil, atualmente nas Faixas 1 e 2, poderão financiar imóveis com o teto de financiamento da Faixa 3, em R$ 350 mil. Nesses casos, porém, a linha de crédito terá as mesmas condições da Faixa 3, com juros de 7,66% a 8,16% ao ano e sem subsídios.

 

Foto: Reprodução

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